Existe um dito popular, mais ou menos assim:
“ Genio y figura basta la sepultura”, numa livre tradução: “Quem é bom já nasce feito”.
Depois de muita estrada percorrida nesse pêndulo evolutivo, retorno ao passado com minhas recordações muito vivas de algumas imagens de minha infância, onde morava numa fazenda. Menino inquieto que se sente herói ao evoluir do seu estado físico, aprendendo a dar os primeiros passos sozinho pela primeira vez, sem a ajuda de nenhum parente.
Após algumas estações do ano; mais para um outono; a arte de correr com os pequenos pés afundando na areia branca e funda na estrada, com suas fileiras de bambuzal. A arte do travesso que não podia faltar; invadia a casa da fazenda do vizinho, e ali entrava como se fosse da família, ao ouvir alguém dizer: Aquele menino é o neto do nosso vizinho.
Da varanda observava várias bananeiras ao redor, com um tronco no centro do quintal, que era usado para moer os cafés, ao fundo um engenho, rudimentar de produção de rapadura, a sua volta vários fumos empalhados para o preparo do tabaco.
Ao entrar na sala, a imagem que fixou em minha mente, onde me trouxe todas essas maravilhosas recordações muito vivas, como uma tela de filme. Ao fundo da parede, um relógio de pêndulo enorme e barulhento com seu tic-tac, esquerda e direita - ou é o inverso? Bem tudo depende do observador não é mesmo?
Relógio registrador do tempo, de segundos, de minutos e de horas com seu sinal de alerta, como avisando ao seu tono; a vida cobra movimento, utilidade e conhecimento; não fique parada no tempo.
E assim aquele menino ali ficou parado e encantado com aquela máquina maravilhosa registradora do tempo. Ah badalo de campainhas e sinetas, que fez sonoramente, ondas e vibrações em meu mundo interno, que trouxe aqui novamente a esse tempo de criança, esse tempo que agora conheço que é o mais importante na vida é o tempo que não é físico, é aquele tempo, que é conquistado com o conhecimento que vamos adquirindo em cada badalo da vida.
Esse dito popular de que “Pau que nasce torto morre torto”, realmente isso é concebido para todos aqueles que não têm mobilidade, conteúdo e conhecimento; já não é uma prerrogativa da figura humana que tem um espírito.
Jamais deixe de acreditar no espírito humano e no seu processo de evolução consciente, mais conhecimento sobre isso, você encontra no melhor livro do mundo - Introdução ao Conhecimento Logosófico - de Carlos Bernardo González Pecotche - onde poderá cambiar de conceito, começando com esses ditos popular inúteis, que não agrega nada ao espírito humano.
Aurora Boreal